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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Delegada indicia atropelador de Rafael por homicídio doloso










Carro que atropelou o filho da atriz Cissa Guimarães
(Foto: Bernardo Tabak / G1)


Delegada indicia atropelador de Rafael por homicídio doloso
Motorista que estava em outro carro no túnel também foi indiciado.
Rafael, filho de Cissa Guimarães, foi atropelado em 20 de julho.




O estudante Rafael Bussamra, que confessou ter atropelado o músico Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, foi indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar. O amigo, Gabriel Henrique Ribeiro, de 19 anos, motorista do outro carro que estava no túnel também foi indiciado pelo mesmo crime por estar no local interditado em alta velocidade. Eles vão responder ainda por fuga de local do acidente. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (2) pela delegada Bárbara Lomba, da 15ª DP (Gávea), responsável pelas investigações do caso.

"Há indícios, através dos depoimentos dos amigos da vítima, que estaria havendo uma disputa de velocidade entre os carros, entendemos ainda que os motoristas sabiam que o túnel estava interditado e os laudos apontam excesso de velocidade", explicou Bárbara.

O músico Rafael Mascarenhas morreu no dia 20 de julho, após ser atropelado quando andava de skate no Túnel Acústico, em São Conrado, na Zona Sul do Rio. Na ocasião, o túnel estava interditado para o tráfego de veículos.

Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da atriz Cissa Guimarães informou que ela não iria comentar o assunto. O G1 tentou contato também com o advogado que defende Rafael Bussamra, mas ele não foi encontrado.

Já o advogado Adilson Fernandes, que defende Gabriel Henrique Ribeiro, disse que vai à delegacia na sexta-feira (3) para tomar conhecimento da decisão. Ele não quis adiantar qual será a estratégia de defesa do estudante.
Carro envolvido no acidente que matou Rafael Mascarenhas - filho de Cissa GuimarãesCarro que atropelou o filho da atriz Cissa Guimarães
(Foto: Bernardo Tabak / G1)

Família indiciada
Ainda de acordo com a polícia, Rafael Bussamra também foi indiciado por corrupção ativa, junto com o pai, o empresário Roberto Bussamra. Os dois, além de Guilherme Bussamra, irmão de Rafael, foram indiciados ainda por fraude processual, por tentar ocultar provas, adulterando o veículo.

Em depoimento Roberto admitiu que pagou R$ 1 mil de propina a dois PMs do 23° BPM (Leblon), que teriam pedido R$ 10 mil para desfazer o local do acidente e evitar a prisão em flagrante do motorista. Os PMs foram indiciados por corrupção passiva.

Pena de Rafael Bussamra pode chegar a 34 anos de prisão
De acordo com a delegada Bárbara Lomba, a pena para o motorista Rafael Bussamra pode chegar a 34 anos de prisão, somando os crimes de homicídio doloso, corrupção ativa, fuga e fraude processual.

Bárbara levou 44 dias para terminar o inquérito. Segundo ela, o material será encaminhado para o Ministério Público ainda nesta quinta-feira (2). A delegada explicou que foi preciso reunir provas para definir o indiciamento por homicídio doloso.

"Como o local não foi preservado, toda a nossa investigação foi baseada em indícios e vídeos, seja dos locais por onde o veículo do Rafael passou e até mesmo do prédio em que ele mora. Os carros não poderiam ter feito a manobra para acessar a saída de emergência de maneira fácil, se o tráfego no túnel estivesse normal. Logo percebemos que eles notaram que o túnel estava interditado e assumiram o risco de provocar algum acidente, seja com algum funcionário ou em algum carro que estivesse de serviço. Há indícios de que eles estariam mesmo batendo pega dentro do túnel".

MP denuncia policiais
Os PMs acusados, o cabo Marcelo Bigon e o sargento Marcelo Leal, foram indiciados pela Justiça Militar por corrupção passiva e estão presos na Unidade Prisional da Polícia MIlitar, em Benfica, no subúrbio do Rio. Os advogados dos policiais negam que seus clientes tenham pedido propina.

Em 23 de agosto, os dois PMs foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro por corrupção passiva, falsidade ideológica e descumprimento de função. Segundo a promotora de Justiça, caso sejam condenados pelos três crimes, os policiais podem pegar de 3 a 8 anos de prisão.


Tássia Thum Do G1 RJ

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