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sábado, 31 de julho de 2010

Lula diz em comício que daria 'talão de cheque em branco' para Dilma



Em comício, Lula diz que daria 'talão de cheque em branco' para Dilma
Candidata do PT pediu 'repúdio' para 'aqueles que ameaçam com o medo'.
Evento reuniu chapa da base aliada em Curitiba neste sábado (31).

Maria Angélica Oliveira Do G1, em São Paulo
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Lula, Dilma e Osmar Dias em comício em CuritibaLula, Dilma e Osmar Dias em comício em Curitiba
(Foto: Heuler Andrey/AE)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu votos à candidata do PT, Dilma Rousseff, em comício neste sábado (31) em Curitiba. Disse que daria “um talão de cheque assinado em branco” para a petista e chamou a oposição de “raivosa”.

Lula citou o “caráter e dignidade” de Dilma como ministra da Casa Civil e afirmou que as mulheres são vítimas de preconceito. “Se eu sou casado com uma galega (a primeira-dama Marisa Letícia) há 36 anos, e ela é capaz de governar o presidente da República que governa o Brasil, por que ela não pode governar o Brasil?”, disse.

Dilma também afagou o presidente, chamando Lula de “o maior líder político, o maior administrador e estadista”. Ela discursou antes dele e, sem citar nomes, afirmou que é preciso “repudiar” os ataques dos adversários.

“Temos de repudiar aqueles que, diante da primeira ameaça, diante da possibilidade de perderem seus privilégios, ameaçam com o medo”, pediu. Em seguida, ela disse que a tática é uma forma de “substituir a ausência de projeto”.

A petista voltou a dizer que o mesmo foi feito com o presidente Lula na campanha de 2002, quando ele foi eleito pela primeira vez. “Naquela época, a esperança venceu o medo. Hoje, vamos vencer o medo não só com a esperança, mas com as realizações do governo do presidente Lula”, afirmou, citando em seguida programas como o Bolsa Família e o Luz para Todos.

No evento, Lula e Dilma também pediram votos para a chapa da base aliada no Paraná: o candidato ao governo, Osmar Dias (PDT), e os candidatos ao Senado, Gleisi Hoffmann (PT) e o ex-governador Roberto Requião (PMDB).

"Peço a Deus que essa companheira não tenha o Senado que eu tive, [que ela tenha] um Senado de mais qualidade, mais respeitador, um Senado que não ofenda um governo como eu fui ofendido, um Senado que por mesquinharia derrubou R$ 40 bilhões que a gente ia por na saúde pensando que ia me prejudicar. Eles não pensem que eu esqueci", afirmou Lula, relembrando o episódio em que os senadores votaram pelo fim da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF).

Bastidores da aliança

Os bastidores da aliança formada no Paraná foram um assunto à parte nos discursos. No estado, a base aliada viveu um impasse até as vésperas do prazo final para as convenções. Osmar Dias era disputado pelo PT para ser candidato ao governo e pelo PSDB para ser candidato ao Senado na chapa de Beto Richa.

As negociações se complicaram quando o PSDB anunciou que o escolhido para ser vice na chapa de José Serra à Presidência era o senador Álvaro Dias (PSDB), irmão de Osmar Dias. Com o anúncio, pesava ainda mais uma escolha do PDT por uma aliança com os tucanos no estado. Havia ainda o fato de Osmar Dias e Roberto Requião terem se enfrentado nas eleições ao governo em 2006. A reviravolta se deu com a pressão feita pelo Democratas pelo posto de vice na chapa de Serra.

No discurso, Lula contou que começou a construir o acordo entre PT, PDT e PMDB há dois anos. “Já vim conversar com Osmar, conversar com o Requião. O Requião não queria. Eles brigaram muito há quatro anos. Depois, o companheiro (Orlando) Pessuti não queria. Levei o Requião pra jantar comigo e com a Dilma, e o Requião tava azedo. Fui conversar com o Osmar ele também tava azedo. Aí fomos conversando, conversando”, contou.

Orlando Pessutti (PDMB), governador do Paraná que assumiu após a saída de Requião, foi chamado de "herói" no comício e lembrado em quase todos os discursos. Ele abriu mão de se candidatar à reeleição, viabilizando a aliança entre PT e PMDB no Paraná. Dilma afirmou que o governador do Paraná teve uma "generosidade fantástica".

O deputado Michel Temer (PMDB-SP), candidato a vice na chapa da petista, disse que Pessuti poderá ser chamado para integrar o governo federal. "Você, ao lado da Gleisi e do Requião, também vai estar na área federal. Seguramente a presidente Dilma, se eleita, vai chamar Pessuti como representante do Paraná para participar do governo."

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